sexta-feira, 17 de março de 2017

Para Série B, conhecimento de Milton Cruz pode ser trunfo do Náutico por contratações

Rafael Brasileiro /Diario de Pernambuco 

Se o torcedor do Náutico está empolgado com o atual momento da equipe, ele deve ficar mais ainda quando a Série B chegar. Não pelo que o time vem apresentando, mas pelo que Milton Cruz pode fazer pela equipe. Os 23 anos de São Paulo foram muito além da função de auxiliar técnico. Cruz era o homem responsável por observar possíveis contratações e a expectativa agora é para o que ele pode fazer no Timbu.

Seu conhecimento do mercado de atleta é algo reconhecido nacionalmente, tanto que o telefone do treinador vez ou outra recebe a ligação de algum técnico pedindo orientação ou referência sobre algum alvo.  “Estava no curso da CBF e o Jair (Ventura) do Botafogo até me perguntou onde podia contratar jogadores e disse que no Paulista era o melhor para achar. O campeonato (Série B) é longo e ainda vai demorar, mas temos que olhar já antes que alguém contrate”, revelou o treinador.

A ajuda para o Timbu poderia vir do seu ex-clube, ainda mais com o Rogério Ceni, amigo pessoal do técnico do Náutico, no comando do São Paulo. Mas Milton tem os pés no chão e prefere não se empolgar. Ele não consegue enxergar algum atleta do elenco do Tricolor Paulista vindo para o CT Wilson Campos. Ao menos neste momento.

“Acompanho o São Paulo e conheço tudo lá no clube, mas o São Paulo está com um plantel reduzido. Ele (Rogério Ceni) até mandou uma mensagem esses dias para parabenizar pela vitória, mas não falei com ele sobre isso. Os jogadores que estão lá que e que eu gostaria também são bem difíceis de sair”, analisou.

Tanto conhecimento e estudo de jogadores tornou o treinador referência, mas dificultou a vida de Milton Cruz por outro lado. O atual técnico do Náutico sempre teve dificuldade de se desligar do futebol e por acompanhar de tudo um pouco sempre recebia ligações do presidente Juvenal Juvêncio. Situações que renderam boas histórias.

“Às vezes o Juvenal me ligava de meia noite perguntando de futebol. Uma vez eu disse para ele sobre o Junior, lateral esquerdo que estava no Parma. Ele me perguntou se era bom e dizia para ligar logo. Mesmo se fosse muito cedo ou tarde. A mulher do Junior me atendeu e eu disse que estávamos interessados. O Borges foi a mesma coisa. Estava no Japão e queria voltar. "Liga lá", disse o Seu Juvenal. Mas eu disse que era quatro da manhã lá. Ele não queria saber. "Essas coisas não pode deixar para depois. Liga lá!", dizia. Uma vez estava na Disney e ele me ligava. Tinha que sair da fila e minha família ia e pegava o fim da fila depois. Outra vez foi em Fortaleza. Estava em uma jangada e ele me ligando para falar de jogador. Minha mulher falava para desligar o telefone, mas não tinha como. Tinha várias histórias. Por isso quando sai do São Paulo eu queria descansar. Até hoje muita gente me liga para saber de jogador. Meu telefone tem uma agenda boa e o pessoal me pergunta se eu faço o backup, porque eu não fiz ainda”.

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